O teu corpo me abraça. Conversa comigo. Sussurra segredos, mistérios e medos. Ouriça os pelos de meu corpo, ao beijar meu pescoço. Arranca pesados suspiros. Palavras fatais. Até mesmo delírios.
Eis o amor personificado.
Eis a paixão, queimando tuas curvas. Eis o gosto inconfundível da tua pele suada, salgada. Convidam: vinde a mim! Faz de mim tua loucura. Teu sonho mais canalha, mais imundo. Mais humano. Mais bonito.
Venha!
O sabor da tua intimidade. O fervor de tuas partes, esperando por mim. O palpitar crescente do teu peito. O pesar da respiração. A sensibilidade ao toque. O morder dos lábios. O apertar da pele. O puxão dos cabelos. As mordidas irresponsáveis, inconsequentes. O travar das pernas. O estalar dos pés. A concentração.
A doce descarga.
O deitar em mim. O ofegar. O flerte com a morte. As tentativas fracassadas de abrir os olhos. O cafuné. O prometer baixinho no pé do ouvido. O bafo quente, familiar e corriqueiro. A eternidade estampada em teu rosto cansado. O deitar abraçado, descansado e pelado.
E, antes de adormecer, o observar de teus lábios, denunciando em pequenos sorrisos, o prazer de se estar enamorado.