sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Mágica;

Acordei em uma poça de vômito. No chão. A face direita transando com a divisória das lajotas frias, duras. Ainda estava embrulhado em minha calça, camisa e tênis. Exatamente como saí daqui, poucas horas atrás. Talvez com um pouco menos de dignidade. Talvez.

Tentava abrir os olhos. Doía. Doía mesmo. Não conseguia. Sentia alguma coisa, alguma coisa realmente nojenta, juntando os meus olhos ao meu rosto. Tratava-se de um misto de lágrimas, remela e vômito. Coisa de primeira qualidade.

Com apenas um puxão consegui entender o porquê as mulheres reclamam de depilação. A frequência desse fazer eu ainda não entendi. Mulheres são complicadas. Acho que isso provoca em mim uma puta sinestesia. Um misto de fascínio, medo, tesão e dúvida. A imprevisibilidade é a única coisa previsível, acredito.

E isso me confunde. Isso me machuca. Isso, na verdade, me apavora.

Isso me faz sair de casa puto. Sem rumo. Com alguns trocados amassados no bolso da bermuda. Da mesma bermuda que ela sempre reclama. Me faz entrar em qualquer barzinho meio-pica e pensar. Engolir cagadas, pensamentos. Com cerveja, claro. Ah, a cerveja... Identifico-me. São mais simples. Tá quente ou tá gelada. É mágica.

Isso me embriaga.

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